Capítulo 01
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O Clã da Raposa
Esconde Sua Verdadeira
Identidade da Noiva
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» Tradução: Manteiga «
~ Revisão: Dani ~
[PRÓLOGO ]
“…Esposa, por favor, não me abandone.”
Entre os cabelos negros desgrenhados, um par de deslumbrantes olhos dourados brilhava com lágrimas.
Seu nariz perfeitamente esculpido e as bochechas pálidas, úmidas de tanto chorar, só intensificaram a atmosfera de tristeza.
Ainda assim, ele apertava o braço da esposa com força, como se não tivesse a menor intenção de soltá-la.
Assim que o marido começou a chorar, Railey ficou completamente atordoada.
“Olha, Serge… Eu não tenho intenção de te abandonar.”
“Mas você criou uma identidade falsa em segredo, sem me contar nem contar ao meu pai. E ainda está transferindo bens pra essa identidade…”
“C-Como você sabe disso?!”
“A pessoa com quem você estava lidando me contou.”
Ela mal conseguiu resistir ao impulso de dar um tapa na própria testa.
Tinha tomado tanto cuidado com a segurança — e ainda assim foi pega de surpresa desse jeito!
Determinada a descobrir de onde veio o vazamento, Railey respondeu a Serge num tom mais calmo.
“Como você sabe, minha família tem enfrentado alguns problemas. Por isso hesitei em manter os bens no meu próprio nome… então usei um laranja.”
“…..”
“Eu juro, nunca foi pra te abandonar e fugir!”
Claro, no começo, ela de fato considerou fugir.
Porque…
“É porque meu pai e eu somos da raça das feras-raposa?”
“…..”
“Você estava tentando fugir porque a gente te assustou?”
Era isso mesmo.
Aquele mundo era o cenário de um romance que Railey havia lido em sua vida passada.
E os beastfolk (povo-besta) eram vistos como híbridos demoníacos — temidos e rejeitados. O templo os rotulava como hereges.
A família do Duque de Elestine, que secretamente tinha descendentes diretos da raça das feras-raposa, estava destinada a ser exposta e aniquilada na história original.
‘Sim, no começo, eu não queria me envolver nisso e morrer com eles.’
Mas depois de passar um tempo com o marido e o sogro, ela acabou se apegando a eles.
Agora, em vez de fugir, tudo em que conseguia pensar era em como mudar o destino trágico da história original e encontrar um jeito de sobreviver.
‘Eu nunca imaginei que a identidade do meu marido fosse revelada tão cedo…’
A família do Duque de Elestine tinha a tradição de trazer noivas jovens desde cedo.
No entanto, para manter o segredo da família, eles nunca revelavam sua natureza beastfolk a essas noivas.
Somente após anos de observação — e quando fossem consideradas confiáveis — a família as aceitava formalmente na idade adulta e então revelava a verdade.
Mas Railey havia descoberto o segredo de Serge antes de atingir a maioridade.
‘Ontem à noite, Serge estava em sua forma de raposa, e esta manhã, ele se transformou em humano bem na minha frente… Agora não posso nem fingir que não sei.’
Como tinha lido o romance original, Railey sempre soube a verdade sobre o marido e o sogro. Mas fingira o contrário.
Uma nora que já sabia o segredo mais profundo da família? Isso, obviamente, levantaria suspeitas.
Por isso, ela havia planejado seguir a tradição da família e fingir descobrir tudo apenas ao atingir a maioridade.
Essa reviravolta inesperada atrapalhou seus planos e a deixou abalada.
No entanto, sua conclusão era clara.
“Eu não tenho intenção de deixar a família do Duque de Elestine.”
“…..”
“Mesmo que você e o sogro sejam beastfolk da raça das raposas.”
Serge apertou ainda mais o pulso de Railey e, de repente, encurtou a distância entre eles. Seus rostos estavam tão próximos que ela podia sentir sua respiração.
“Esposa.”
“Sim, Serge?”
“Você sabia há muito tempo, não sabia? Que somos beastfolk-raposa?”
“…..”
“É por isso que você vinha se preparando secretamente para fugir há tanto tempo… Mas agora que foi pega, deve estar se sentindo encurralada, não está?”
“N-Não… Não é isso—”
“Você está tentando me acalmar com essa resposta doce, só esperando o momento certo pra fugir, não é?”
Pega de surpresa, Railey abriu e fechou a boca sem conseguir emitir um som.
Ele não apenas havia descoberto que ela estava juntando dinheiro para fugir, mas também sabia que ela havia descoberto sua verdadeira identidade como beastfolk-raposa!
Sua mente ficou em branco, incapaz de formular qualquer resposta.
Serge a encarou com tristeza e murmurou:
“Mas não importa quais sejam seus verdadeiros sentimentos.”
“S-Serge…?”
“Porque você nunca mais vai deixar o ducado… nunca mais.”
Naquele instante, as pupilas de Serge se estreitaram em finas fendas verticais — a marca inconfundível de um beastfolk-raposa usando seu poder.
Antes que Railey pudesse reagir à intensidade gelada da aura do marido, uma súbita fraqueza tomou conta de seu corpo.
‘…Feromônios?’
Enquanto sua consciência começava a ficar turva, uma enxurrada de confusão e perguntas invadiu sua mente.
‘Meu marido… Ele nunca foi assim antes…
Seguindo o rastro de suas dúvidas, os pensamentos de Railey voltaram no tempo.
De volta ao primeiro dia em que havia entrado na casa ducal de Elestine como uma jovem noiva.
De volta ao tempo em que ela e Serge ainda eram apenas crianças.
[CAPÍTULO 01]
“Jovem madame, está tudo bem? A senhora parece um pouco… atordoada.”
Com o título estranho e a voz preocupada da empregada, Railey mal conseguiu responder.
“Eu-Eu… estou bem.”
“A senhora está com dor de cabeça?”
“Não… Só não dormi bem essa noite. Não se preocupe.”
Ela não estava doente de verdade, mas havia um motivo para estar sentada ali, em choque, com a expressão vazia de espanto.
‘Este mundo… é o romance que eu li na minha vida passada?!’
A realização a atingiu como um raio depois de acordar de um sonho longo e vívido na noite anterior.
De acordo com aquele romance, a Casa Ducal de Elestine — o lugar exato onde ela acabou de se casar — estava fadada à destruição em dez anos.
‘A verdade é que tanto meu sogro quanto meu marido são beastfolk da raça das raposas…’
Acreditava-se que os beastfolk tinham sido extintos após a Guerra Sagrada, rotulados como híbridos demoníacos.
Mas, na realidade, eles apenas haviam se escondido, disfarçando suas identidades para sobreviver.
E entre as famílias nobres que secretamente carregavam essa linhagem…
Uma delas era ninguém menos que sua nova família — o Ducado de Elestine.
‘Pensar que alguém da família de um duque seria um meio-demônio!’
Nesse continente, todas as nações seguiam a fé monoteísta de Luhaimta, que pregava que os demônios eram o mal supremo a ser erradicado.
Se a verdade viesse à tona, a família enfrentaria a completa aniquilação.
Quanto mais Railey ligava os pontos, mais profundo se tornava seu desespero.
‘Se toda a família for exterminada, será que eu, a nora, seria poupada? Claro que não. Minha cabeça vai rolar junto com a deles…’
E, ainda assim, ela não passava de uma humana comum, nem mesmo era uma beastfolk.
Era completamente injusto, mas a realidade era cruel.
Havia apenas uma maneira de Railey sobreviver.
Ela precisava fugir da família Elestine antes que o destino trágico se cumprisse em dez anos.
Mais fácil falar do que fazer.
‘Isso é loucura…
Fugir sozinha para sobreviver?
Impossível. Uma garota jovem, sem dinheiro nem poder, acabaria morando na rua.
Anular o casamento e voltar para sua família?
Essa opção era ainda pior, considerando sua própria situação.
Enquanto Railey afundava cada vez mais nos próprios pensamentos sombrios, a criada falou com suavidade:
“A senhora deve estar nervosa por encontrar o duque pela primeira vez hoje.”
“…Mm.”
Sem querer corrigir o mal-entendido, Railey apenas murmurou em concordância.
Ela havia chegado à residência do duque tarde da noite anterior e ido direto para cama.
Por isso, ainda não tinha conhecido o duque nem seu futuro marido, o jovem lorde da casa.
Hoje seria seu primeiro encontro oficial com o sogro, na sala de recepção.
Apesar de ter sido oficialmente casada com a família, não houve grande casamento ou cerimônia.
Ela era simplesmente esperada para viver no castelo como uma hóspede.
Tudo por causa do sistema de casamento único da família Elestine.
Na Casa Ducal de Elestine, uma criança escolhida como parceira do herdeiro era trazida para a família ainda jovem e criada ao lado dele.
Embora fossem tratadas como noras, na realidade, eram mais como companheiras acolhidas e cultivadas dentro da casa.
Somente ao atingir a maioridade é que eram formalmente registradas na família e realizavam uma cerimônia de casamento apropriada.
Esse arranjo garantia tempo suficiente para avaliar a parceira escolhida antes do casamento.
Fazia sentido — eles estavam compartilhando um segredo enorme sobre sua linhagem beastfolk. Precisavam ser cautelosos.
Seus pensamentos se voltaram para Walter Elestine, o duque e seu futuro sogro — também um beastfolk-raposa, como o resto da família.
Infelizmente, o romance original não dava muitos detalhes sobre a família Elestine ou seus membros.
Mas…
“Estarei esperando do lado de fora, então é só me chamar se precisar de algo. O duque é um bom homem, não precisa ficar tão nervosa.”
“Certo. Obrigada.”
Sim, ela se lembrava agora.
O romance mencionava brevemente que o duque de Elestine era um bom governante e que tanto o pai quanto o filho eram pessoas gentis.
‘Pessoas gentis… mesmo sendo meio demônios? Isso não era uma contradição?’
Ela estava absorta nesses pensamentos quando—
“O duque chegou.”
A voz do assistente ecoou pelo salão.
O momento havia chegado — ela estava prestes a conhecer seu sogro.
Railey se levantou rapidamente e se virou em direção à porta.
E então—
Uau…
O ar ficou preso na garganta de Railey.
Um jovem impressionantemente bonito avançava pelo corredor em sua direção.
Aquele homem era Walter Elestine, o chefe da Casa Ducal de Elestine.
Seus cabelos negros e lisos emolduravam um rosto que praticamente irradiava uma beleza etérea.
Seus olhos dourados, afiados e ao mesmo tempo calorosos, suavizavam sua aparência geral.
Ele parecia exatamente o arquétipo de um Grão-Duque do Norte saindo direto de um romance.
Railey se preparou mentalmente, repassando sua lista interna de “101 Maneiras de Lidar com um Grão-Duque do Norte”.
Mas justo quando ela firmava a própria determinação—
“Ah…!”
No instante em que Walter cruzou o olhar com o de sua nora, ele sorriu para ela com um brilho radiante e encantador.
Ele fica ainda mais bonito quando sorri…
Ele fica ainda mais bonito quando sorri…
Mas antes que ela pudesse processar aquele pensamento—
Walter, de repente, começou a correr.
E-Espera, o quê?!
Railey mal teve tempo de reagir antes que—
TRONCO!
Walter tropeçou em uma mesinha lateral e caiu espetacularmente no chão.
“…….”
“……”
Um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente.
Lentamente, o duque se levantou do chão, gemendo de dor.
Sua testa e a ponte do nariz estavam completamente vermelhas por causa do impacto.
O cabelo, antes perfeitamente penteado, agora estava uma bagunça, e seu traje formal — que até então estava impecável — estava amassado além de qualquer salvação.
Era um desperdício trágico de tanta beleza.
Ele é mesmo… um híbrido demoníaco?
Naquele instante, a imagem temível que Railey fazia de seu sogro se despedaçou por completo.
Continua…