Capítulo 16
✦♰✦ E Se o Papa Canalha se Tornar Competente ✦♰✦
tradução: manteiga • revisão: Dani
◈16. Aniquilação pela Justiça
quando mais de dez fontes mágicas são destruídas, o efeito especial acoplado à maça é ativado.
isso era algo que eu tinha descoberto enquanto quebrava itens dos soldados na propriedade do conde.
e as pedras mágicas que acabei de destruir, embora pequenas, ainda eram um tipo de fonte mágica.
agora, eu não só tinha passado de dez — eu tinha destruído um total de 101.
‘se minha memória estiver certa, efeitos especiais que só ativam sob condições específicas não param no primeiro estágio. quanto mais condições forem cumpridas, mais alto será o nível do efeito — estágio dois, três e por aí vai.’
isso significava que ultrapassar o limite de 100 fontes mágicas destruídas provavelmente desencadearia um efeito de ‘segundo estágio’, muito superior ao que se ativava após destruir apenas dez.
e, como eu esperava, o efeito especial da maça finalmente foi ativado.
[você destruiu fontes de magia maligna mais de 100 vezes! o efeito especial do item, 「aniquilação pela justiça」, foi ativado!]
‘aniquilação pela justiça, hein?’
apesar do nome soar estranhamente sinistro, o desempenho do efeito não deixava espaço pra reclamações.
[por causa do efeito especial do item, você ficará dessensibilizado à dor por 150 minutos!]
[por causa do efeito especial do item, sua culpa em relação à violência será suprimida por 150 minutos!]
[por causa do efeito especial do item, seus atributos gerais aumentarão ao atacar uma espécie designada!]
o efeito que eu tinha visto antes, 「massacre justo sob o luar」, que ativava após destruir onze fontes, era só um buff decente.
naquela vez, o dano de ataque aumentava em meros 10%, e o efeito durava só uns 30 minutos.
mas esse buff atual não só oferecia um aumento abrangente nos atributos, como também tinha uma duração muito maior.
no entanto, os detalhes — quais atributos seriam aumentados e quanto — não tinham sido informados.
felizmente, outra mensagem apareceu.
[selecione a espécie a ser alvo do efeito especial 「aniquilação pela justiça」.]
raça demoníaca
raça divina
humanos
elementais
espíritos
parecia que escolher a espécie alvo também determinaria quais dos meus atributos seriam fortalecidos.
dado o cenário, não havia por que hesitar.
imediatamente selecionei ‘raça demoníaca’.
[você selecionou ‘raça demoníaca’ como alvo de 「aniquilação pela justiça」. sua força e retidão existem para aniquilar demônios, e brilharão com mais intensidade ao destruí-los.]
aumento de dano de ataque contra a raça demoníaca (bônus de 200%).
aumento da resistência contra habilidades de maldição (bônus de 200%).
aumento do poder divino (bônus de 200%).
dano de ataque, resistência a maldições e poder divino — exatamente os atributos cruciais pra lidar com demônios.
com isso, até aqueles pesadelos seriam fáceis de esmagar. no entanto— ‘o oráculo disse especificamente para capturá-los vivos.’
em outras palavras, matar estava fora de questão.
tudo bem, então.
eu só vou até o ponto em que eles continuem respirando.
com esse pensamento, afrouxei um pouco a pegada na minha arma.
[oh, o que foi isso que você fez? essa energia é extremamente desagradável.]
【oh, o que foi isso que você fez? essa energia é extremamente desagradável.】
os demônios dos sonhos, que estavam assistindo calmamente enquanto eu quebrava as pedras mágicas, perguntaram em uníssono.
eles não tinham me atacado nem uma vez enquanto eu ativava o efeito especial; só ficaram ali, observando como se eu estivesse apresentando um espetáculo.
essa atitude relaxada, nascida de pura arrogância, me deu ainda mais vontade de derrubá-los do salto.
“é meio difícil de explicar. por que vocês não experimentam na prática?”
no momento em que disse isso, avancei direto contra os monstros.
crunch—!
com apenas um pouco de força nas pernas, as lajotas sob meus pés se despedaçaram.
o salto poderoso me lançou em direção aos monstros, e num piscar de olhos, eu já estava bem na frente deles.
【ah.】
(ah.)
um som surpreso escapou de suas bocas.
só perceberam tarde demais que eu já tinha fechado a distância, e começaram a levantar os braços — mas já era tarde demais.
a arrogância deles deixou aberturas, e meu ataque entrou direto por essas brechas.
boom!
minha maça acertou a clavícula de um deles com uma explosão de luz e som, como se uma bomba tivesse detonado.
o ataque foi perfeito, amplificado ainda mais pelos buffs acumulados, fazendo o dano disparar.
sem surpresa, o monstro caiu de joelhos sem conseguir reagir.
“e aí? é mais fácil de entender quando se sente na pele, né? bem melhor do que só ouvir uma explicação.”
à minha pergunta, os monstros cambalearam tentando até se levantar.
[……]
[……]
me encaravam em silêncio.
há poucos minutos, esses dois estavam tagarelando sem parar, mas agora tinham ficado mudos.
claramente, tinha doído.
e muito.
mas aquele sorriso irritante deles ainda não tinha sumido.
[…uau, isso me surpreendeu. faz tanto tempo desde a última vez que levei um golpe assim.]
[…uau, isso me surpreendeu. faz tanto tempo desde a última vez que levei um golpe assim.]
“ah, então quer dizer que ‘faz tanto tempo porque somos tão fortes que ninguém mais conseguiu nos acertar’, né? blefeando como sempre…”
aham, tá bom.
fazer pose pra impor respeito é o básico de qualquer luta.
ri da mentira descarada, mas, surpreendentemente, eles responderam com bastante seriedade.
【não é blefe, hyung! sério mesmo, já faz quase 400 anos! a gente tá vivo há bastante tempo, sabia?】
【não é blefe, oppa! sério mesmo, já faz quase 400 anos! a gente tá vivo há bastante tempo, sabia?】
“…se vocês viveram tanto assim, podem parar de me chamar de ‘hyung’ ou ‘oppa’? escolhe um e fica com ele, pelo menos, pra não confundir.”
por que diabos essas criaturas milenares tavam me tratando como um parente mais velho, me chamando de hyung ou oppa?
o tom infantil deles era desconcertante… será que os modos acompanham a aparência?
por outro lado, se tivessem uma voz velha e cansada com essas carinhas jovens, ia ser ainda mais esquisito.
parece que os monstros pensaram o mesmo, porque ignoraram totalmente meu comentário sobre os títulos e continuaram falando.
[[foi há uns 400 anos…? a gente tava assistindo a erupção de um vulcão, e um fragmento de lava voou e acertou a gente. doeu tanto naquela época—]]
e então, sorriram de forma maliciosa e completaram:
[[essa é a primeira vez desde aquele dia que a gente sente uma dor assim.]]
o jeito como contaram foi detalhado demais pra ser só invenção.
será que era verdade?
se for, esses caras são monstros que sobreviveram a um impacto de lava vulcânica… e ainda pra contar história…
sacudi a cabeça, afastando os pensamentos aleatórios.
me distrair com suposições sombrias não ia ajudar nessa luta.
“poxa, que sorte a de vocês. levar um golpe a cada alguns séculos deve fazer doer bem mais, né.”
no começo, meus ataques tinham sido meio espalhafatosos.
com os efeitos especiais do item, minha força tinha subido tanto que era difícil controlar.
mas depois daquele primeiro golpe, comecei a pegar o jeito—
tap.
o som do meu salto foi quase silencioso. e parecia ainda mais rápido.
com movimentos mais leves e ágeis, fechei a distância até os monstros e balancei minha arma.
whoosh—
minha movimentação com certeza tinha melhorado.
mas eles não eram burros.
depois de terem levado um golpe, não estavam dispostos a tomar outro, e minha maça atingiu apenas o chão, com um estrondo seco.
sem perder tempo, puxei a maça cravada no chão com um movimento pra cima, acertando em cheio o queixo do monstro.
crack—!!
dessa vez, foi um golpe limpo.
o monstro não conseguiu escapar dos ataques consecutivos e recuou cambaleando, segurando o queixo de dor.
claro que eu não ia desperdiçar a chance.
thud! smash! crack!!
tomado pela adrenalina da luta, balancei minha arma sem parar.
no momento, parecia que eu tinha vantagem, mas isso era inteiramente por causa dos efeitos do buff.
infelizmente, se fosse só por habilidade pura, essas criaturas me superavam em muito.
isso significava que eu precisava agir rápido.
‘tenho que acabar com eles antes que o buff acabe!’
um leve desconforto me invadiu, como se eu estivesse esquecendo algo importante, mas ignorei.
era só uma sensação.
agora não era hora pra me prender a isso.
meu foco era apenas derrotar os monstros à minha frente.
‘o que diabos ele tá fazendo num lugar desses? esse lugar definitivamente não é um ponto turístico pra passear à noite…’
luciana cerrava os dentes enquanto chegava à vila do conde filma.
graças à habilidade da bliss, ela conseguiu localizar o ponto exato e voou montada em seu familiar, chegando relativamente rápido.
ainda assim, o local era bem distante do templo.
definitivamente, não era um lugar que o papa deveria estar visitando no meio da noite.
e mais: segundo o que bliss havia descoberto, nikellus estava enfrentando algum tipo de presença aterrorizante naquele momento.
confrontá-lo sobre suas ações poderia esperar.
por agora, luciana apressava bliss:
“vamos entrar. pode ser uma emergência, então ative as habilidades de combate antes—”
“espera um pouco, vocês aí!”
justo quando estavam prestes a entrar na vila, luciana congelou ao ouvir uma voz infantil.
à distância, um pequeno amontoado branco e fofo voava na direção delas.
era rubin, que havia ficado por perto aguardando nikellus.
ao avistar luciana, rubin imediatamente se lançou em sua direção.
rubin reconheceu luciana, já que se encontraram no antigo templo mais cedo, mas o contrário não era verdade.
‘que diabos é esse algodão voador…?’
“sou eu, rubin! nos encontramos mais cedo hoje!”
“rubin…? o espírito do templo antigo? achei que você tinha morrido. o que está fazendo aqui?
e sua aparência—sua cor e forma—mudaram.”
“eu não morri! só mudei pra um novo corpo! e me aposentei oficialmente do cargo de guia do templo!”
dito isso, rubin começou a resumir os eventos que haviam acontecido.
desde como nikellus havia transferido sua essência para um novo corpo até os motivos que os levaram até a vila.
claro, rubin não deixou de mencionar o ponto mais importante—que a vila era uma armadilha armada pelos videntes.
pra luciana, que não sabia de nada, a sequência de acontecimentos era tanta que mal dava pra acompanhar.
mas havia uma coisa que ela entendeu com clareza.
“então, resumindo, sua santidade entrou de propósito numa armadilha nessa vila?”
“isso mesmo. e era uma armadilha mesmo. assim que o nike pisou lá dentro, uma barreira foi ativada. agora, ninguém entra ou sai.”
ninguém entra, ninguém sai.
ou seja, nikellus não podia ser resgatado.
luciana, percebendo isso, não conseguiu mais conter a raiva que borbulhava dentro dela.
“isso não é coragem nem nada parecido! é pura imprudência!”
se ele estivesse só dormindo seus problemas numa taverna qualquer, ela nem ficaria tão furiosa.
aquilo seria bem menos perigoso do que entrar numa armadilha óbvia sabendo o que era.
sem saber que nikellus havia recebido um oráculo divino pra capturar os videntes, luciana via suas ações—e a situação atual—como algo completamente incompreensível.
por que esse homem faz tanta questão de se meter em perigo? e ainda sem me dar um aviso, sem dizer uma palavra sequer pra mim, a cavaleira dele…
ela se sentia amarga.
ela se preocupava tanto com ele, e mesmo assim ele parecia completamente alheio a isso, se jogando no perigo sem pensar duas vezes.
luciana passou a mão pelos cabelos, frustrada, e então rubin falou em voz baixa, como se tentasse consolá-la.
“não fica tão brava com o nike. ele sabia que tava sendo imprudente. só que não teve escolha a não ser ir sozinho. ele não queria arrastar mais ninguém pro perigo, mesmo que isso significasse aguentar tudo sozinho.”
“…”
rubin se lembrava com clareza do que nikellus tinha dito ao entrar na armadilha.
— “fica aqui e se mantém seguro. os antigos centros de reparo polydroid já sumiram, então se você quebrar, não tem conserto.”
rubin tinha certeza de que nikellus sabia que levar alguém junto tornaria tudo mais seguro.
ainda assim, ele escolheu o caminho mais arriscado, por puro altruísmo—por querer proteger os outros.
pelo menos, era nisso que rubin acreditava.
luciana cerrou os dentes, frustrada, mas no fim suspirou, derrotada.
quem quebrou o silêncio foi bliss.
“vamos esperar. assim que a energia da barreira enfraquecer, ela vai colapsar sozinha e aí podemos entrar. mais importante—”
ele parou de falar de repente, agarrando rubin num movimento rápido.
rubin se debateu, confuso e indignado, enquanto bliss o virava e examinava de todos os ângulos.
“você é mesmo um espírito das ruínas antigas?”
“ai! para de beliscar minhas bochechas!”
“nunca ouvi falar de um espírito que saísse das próprias ruínas… muito menos que seguisse alguém em específico. fascinante. tanto o espírito quanto a pessoa que conquistou sua lealdade—sua santidade.”
“ai! puxa meu rabo de novo e eu vou morder você! ele solta, viu! puxa forte demais e—”
pop!
com um barulhinho fofo, uma das caudas de rubin se soltou por completo.
isso marcou o acontecimento de um dos ‘3 atos mais odiados’ de rubin.
sem saber das consequências, bliss acabou perdendo três dedos pras presas afiadas do bichinho.
cabeça, ombros, antebraços, coxas—tudo que estivesse ao alcance foi metralhado sem piedade.
enquanto isso, o monstro continuava lutando lá dentro—
whoosh!
suas garras cortavam o ar com precisão cirúrgica, sem dar espaço pra distração.
desviar, achar uma brecha, atacar.
era um algoritmo simples, mas executado com julgamentos rápidos e movimentos afiados.
então, num instante passageiro—
é agora…!
o monstro deixou a guarda de cima totalmente aberta.
se ele atacasse agora, o inimigo não teria como bloquear.
os braços ainda estavam abaixados, depois do ataque mal-sucedido de segundos atrás.
percebendo que essa era uma chance rara—e talvez a última—ele concentrou toda a força no golpe.
com o peso de uma bala de canhão, ele desferiu um ataque direto contra a cabeça do monstro.
clang!
“hã…?”
um som confuso escapou de seus lábios antes mesmo que percebesse.
ele tinha certeza de que havia acertado a cabeça do monstro — mas o som foi o de metal sendo atingido.
a sensação nas mãos confirmou: o impacto vibrava pelo cabo do mangual como se tivesse acertado uma parede de aço sólido.
…o que foi isso?
percebendo que havia algo errado, ele saltou instintivamente para trás, abrindo distância entre si e o inimigo.
esse reflexo, lapidado por incontáveis batalhas contra todos os tipos de oponentes no jogo, acabou salvando sua vida.
Continua…
Manteiga : faz a boa ainda Dani 😆
✔Translator’s Note:
In this novel, Divine Power and Divine Energy refer to different aspects of supernatural force:
- Divine Power (신력) represents an unshakable, absolute force granted by a deity or higher being. It is often used in purification, blessings, and overwhelming supernatural authority.
- Divine Energy (신성력) is a measurable and manipulatable resource, often channeled or stored by individuals. It can be infused into objects, used in spells, or converted into attacks.
This distinction is why the translation switches between the two terms depending on the context.
Happy reading